Capitulo 3 – O teste do mordomo
parte 1.
Sakuya era leve, talvez mais leve
que uma pena de canário, seus passos eram macios e calmos, tanto que nem
deixavam marcas no tapete vermelho com detalhes dourados, que cobria todos os
corredores da grande mansão.
— Estranho, tenho a impressão de
que este corredor era bem menor, na época que eu vivia aqui.
Shino se impressionou com a
distância que percorria das escadas que levava a Grande Voile ao salão
principal da mansão rubra. Os doces lábios da mulher se afastaram, deixando a
brancura dos dentes brilharem num sorriso malicioso. Ao chegaram ao centro da
construção Sakuya voltou-se para o rapaz, as safiras encararam os rubis e os
carnudos lábios proferem as ordens:
— Amanhã será o Hanami do templo
Hakurei, Ojou-sama sempre providencia as bebidas, mas normalmente eu também
faço alguns pratos para levar. Hoje temos muitas tarefas, primeiro devemos
limpar a mansão, depois cozinharemos as guloseimas, em seguida serviremos o chá
da tarde.
O garoto voltou-se a se, mantendo
uma das mãos frente à boca e o outro dando suporte ao primeiro, os olhos
voltados aos membros superiores.
— Pelo tamanho atual da mansão
acho que teremos que usar todas as empregadas fadas para concluir esta
limpeza...
Outro sorriso carregado com o
mesmo sentimento do anterior se fez presente na face da empregada chefe.
— Ojou-sama deve ter se
equivocado quando salientou suas qualidades. Usar este bando de “come e dorme”
para realizar a limpeza apenas vai piorar a situação.
Sakuya recuou a perna direita com
velocidade e com a mão correspondente apresentou as ajudantes que Shino
sugeriu. As fadas estavam dispersas por toda mansão, podia ser contadas com os
dedos das mãos as que estavam realizando tarefas, as demais estavam fazendo
tudo, menos o trabalho. Tinha as que estavam fofocando, as que estavam pintando
as unhas, as que estavam jogando Nintendo DS, as dormindo, as que brincavam de
pega-pega, umas em duelos Danmaku e outras escondidas fazendo um lanchinho.
Shino fechou os olhos e balançou a cabeça, depois caminhou em direção a mão de
Sakuya e se pondo a frente desta, retirou a luva da mão direita e pois os dedos
indicador e polegar entre os lábios. Um som agudo foi ouvido por toda a
mansão...
...
O olhar doce se mantinha nos
olhos de Marisa, o “veneno” da mordida de Remilia ainda se mantinha eficiente
no corpo da maga.
— Ela vai ficar assim boba por
quanto tempo?
Reimu já estava impaciente, não
aguentava mais olhar aquela cara de garota apaixonada que Marisa tinha
estampada no rosto.
— Calma Reimu-san, a Marisa-chan
deve permanecer assim até amanhã.
— O quê! Até amanhã! Eu não vou
esperar isso tudo, tenho que limpar o templo para a festa.
Remilia olhou novamente para
Reimu e sorriu.
— Esta preocupada em deixar
Marisa aos meus cuidados, não se preocupe, eu não vou beber o sangue dela...
não mais por hoje.
Reimu novamente disparou aquele
olhar reprovador. Remilia sorriu novamente.
— Adoro ver você assim!
Foi então que um agudo som correu
por toda a mansão.
— Então Reimu, o que você acha
das empregadas de nossa mansão.
— Por que a pergunta repentina? —
Uma expressão interrogativa podia se ver no rosto da sacerdotisa.
Um sorriso infantil se formou nos
rostos das irmãs Scarlet.
...
Da entrada da gigantesca
construção uma porteira levada dormia tranquilamente, mas um som agudo lhe
tirou do mundo dos sonhos. Ela levantou em um salto e se virou para a mansão.
— Sakuya-chan, vai ficar
impressionada! Rsrsrsrsrsrs
...
O salão principal ficou pequeno
em segundos, todas as empregadas fadas da mansão do demônio escarlate, se
enfileiraram tanto verticalmente, quanto horizontalmente. Shino andou de um
lado ao outro, e por onde andava era seguido pelos olhos de todas as serventes.
Ele então parou novamente no meio e respirou pesado. Colocou a mão direita, que
já se encontrava vestida novamente, a mesma cobriu os olhos do garoto, foi
então que uma gota escorreu por entre os dedos.
— Não acredito que, é só eu ficar
um tempinho longe, que vocês esquecem tudo que eu ensinei.
Num instante o garoto era rodeado
pelas mais próximas.
— Shino-sama, não é assim...
— Shino-sama, me desculpe eu...
— Eu fiz o Shino-sama chorar, eu
mereço ser punida...
— Shino-sama, vem cá, eu te dou
colinho...
—Não chora Shino-sama, se não...
se não... eu vou chorar também... bbbbbuuuuuuaaaaaaaa...
Shino então agarrou a mão da
primeira que viu e olhou nos olhos dela.
— Temos muito trabalho, e sozinho
eu não consigo, vocês vão me ajudar?
O olhar do rapaz era radiante,
mesmo entre as lágrimas. Um coro alto ecoou.
— Sim!
E então as fadas se dispersaram,
elas caçaram as vassouras, os panos e baldes, cataram os produtos de limpeza e
se dispersaram por todos os cômodos, limpando cada canto, cada milímetro da
mansão. No salão Sakuya permanecia de boca aberta, estática, e seu espanto só
findou quando seus olhos fitaram quando o garoto guardou num bolso interno do
fraque um pequeno frasco, com um rotulo escrito, “Lagrimas 100% falsas, Acme”
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