Capitulo 2: A eficiência do
Mordomo.
— Shino?
Reimu indagou Remilia ao ver a
vampira se levantar do sofá que repousava.
Ela virou-se para a sacerdotisa e
com um sorriso no rosto falou:
— Você deve o conhecer como
Shinomiya Makoto, o youkai exterminador de youkais, o primeiro amigo de Flandre,
aquele que deu o livro dourado a Patchouli, nosso primeiro mordomo.
Uma grande gota de suor formou-se
na testa de Reimu, a vampira tinha respondido todas as perguntas que ela nem
havia pensado ainda. Às vezes ela pensava se a vampira não tinha mesmo o poder
de controlar o destino.
— Definitivamente um excelente
mordomo. Mal retornou e já me concedeu um belo presente.
A distância que separava Remilia
de Marisa foi desfeita em segundos, a vampira contemplou a jovem maga que se
debatia inutilmente sobre o chão, Reimu a seguia em silêncio. Remilia então se
abaixou, e se pós sobre a cativa, olhando para os olhos dourados da humana.
A sacerdotisa mantinha-se em silêncio, mas com um olhar reprovador sobre a mestra da
mansão.
— Estas correntes negras são incríveis não?
A mão infantil erguia uma parte da corrente,
enquanto os olhos as contemplavam.
— Elas mantêm os cativos presos, que nada podem
fazer, nem mesmo usar magia, ficando a mercê de qualquer um, sem poder se
defender!
O olhar de Remilia era sedutor, seu sorriso
devasso, seus dentes salientes.
— Itadakimasu!
Os caninos afiados perfuraram o pescoço de Marisa,
de súbito as correntes negras se desfizeram, liberando a maga, mas já era
tarde, pois o veneno chamado de “beijo” já fazia efeito. As mãos da humana
apertaram o corpo da vampira, mas não exibiam violência e sim carinho, pois puxava
ainda mais para se. Remilia cessou a mordida depois de beber uma boa doze de
sangue, uma quantidade que não era prejudicial à vida da humana, mas ia deixa-la
letárgica pelo resto do dia.
— Não é justo Remi!
Marisa protestava com um olhar açucarado.
— Eu não perdi um duelo de Spell Card para você
reclamar um prêmio!
A senhora da mansão se levantou e estendeu a mão
para maga branca e preta, lhe ajudando a levantar-se, ambas olhavam uma para
outra, quando então notaram que Reimu ainda as observava.
...
O colchão de penas se deformou quando a bruxa da
mansão foi deitada sobre ele, sua face mantinha-se calma enquanto ela abraçava
o livro, seus braços o envolviam com carinho, como se fosse um filho querido
por sua amada mãe.
Já havia passado muito tempo depois da ultima vez
que Shino entrará no quarto de Patchouli, talvez 30 anos, talvez mais, mas tudo
continuava do mesmo jeito. A grande cama Dossel, a escrivaninha, a penteadeira
e seu banco, o guarda-roupa de seis portas e uma poltrona, onde o rapaz decidiu
descansar, enquanto a succubus se recostou na lateral da cama. Antes que um dos
dois pudesse pronunciar uma palavra à porta do quarto se abriu, Flandre entrará
no cômodo e foi em direção ao rapaz se jogando sobre seu colo, o fazendo sentir
a maciez de suas partes mais “preciosas”. O rapaz ignorou a investida
inocente da pequena vampira e lhe fez um cafuné sobre os cabelos. Aos olhos de
Koakuma parecia um casal de irmãos.
— Então Shino-senpai... Onde
esteve esses anos?
A diabinha não se incomodou em ir
direto ao assunto. Durante alguns segundos o quarto foi dominado pelo silêncio,
até então que o rapaz se pronunciou.
— Digamos que eu aprendi muito
sobre o mundo fora da barreira.
— Serio? É verdade que as pessoas
de lá voam em pássaros de ferro chamados aviões?
— Sim é verdade, por que a
pergunta?
Ao terminar a indagação Shino viu
Koakuma baixar suas vistas, seus olhos tremiam e suas mãos apertavam com força
a barra de sua saia. Foi quando então Flandre sussurrou nos ouvidos do garoto.
— Onii-chan, o namorado da
Koakuma sumiu há alguns meses atrás, e ele era do mundo de fora.
Shino sentiu um pouco de remorso
pela pergunta, mas esse era seu jeito, rápido e direto, tal qual a lâmina que o
originou. Ele então olhou de volta a garota e falou:
— Koakuma, você pode ficar de
olho na Patchouli-sama, eu tenho que conversar com Ojou-sama.
— Sim, tudo bem!
A resposta afirmativa contrastava
com a expressão do rosto, Shino então sinalizou para que Flandre levanta-se e
aproveitando que a vampira não se desgrudava dele, saiu do cômodo.
...
Flandre apertava o braço do
Tsukumogami com carinho, mas sua força exagerada causava bastante incomodo, mas
nada que o ferisse, pois este já estava acostumado as “caricias” da vampira.
Ambos ao sair do quarto de Patchouli assistiram uma cena bastante engraçada,
Reimu dava um sermão em Remilia enquanto Marisa e Sakuya tomavam chá, ao estilo
japonês.
Foi quando a aproximação deles
fizeram a sacerdotisa encerrar seu “puxão de orelha” para com Remilia.
— Então vejo que nosso mordomo
voltou para casa.
Remilia se voltava para o rapaz,
que próximo a ela demonstrava ser mais alto que a vampira.
— Fico honrado em já ser
considerado vosso mordomo novamente, era isso mesmo que eu ia comunicar a vós
Ojou-sama. O meu pedido de readmissão como servo da família Scarlet.
— Mas é claro...
Antes que Remilia termina-se o
que diria, foi interrompida por sua empregada pessoal, a líder das serventes da
Mansão Escarlate, Izayoi Sakuya.
— Ojou-sama, não vejo motivos
para contratar mais serventes, já nos basta à quantidade de “come-e-dorme” que
vivem nesta casa.
Remilia se admirou com a audácia de sua
secretaria pessoal, pois suas ordens nunca foram questionadas, mas ela sabia o porquê
de tal atitude, naquela casa há um tempo atrás houve outro mordomo, e este há meses sumiu, deixando um coração partido.
— Sakuya, este que está a sua
frente não é um mero empregado, ele já coordenou essa casa, antes mesmo de você
nascer minha cara. Mas já que você apresenta uma objeção. Deixarei que você o
teste, se você o julgar digno de estar ao nosso serviço, ele então será
readmitido como empregado desta mansão.
— Como desejar Ojou-sama!
Siga-me, por favor, temos muito que fazer!
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